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Ensaio

Os historiadores e os rios

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O livro tem como eixo a história ambiental e social do baixo rio Negro e seus afluentes, localizados na Amazônia brasileira. Na confluência do rio Jaú com o Negro existem ruínas de uma pequena cidade chamada Airão, antiga Santo Elias do Jaú, fundada por missionários em 1694. Nas imediações fica o Parque Nacional do Jaú, o segundo maior parque nacional do Brasil, com mais de 2 milhões de hectares, ou seja, mais de 20 mil quilômetros quadrados. O autor estuda a história da conquista, povoamento e despovoamento dessas terras, nos séculos XVII, XVIII e XIX, e mostra como foi o processo de arruinamento definitivo do Airão, após rápido e não-sustentável crescimento econômico gerado nos seringais entre 1880 e 1914.
O arruinamento é processo histórico que tem sido pouco estudado no Brasil. Os cientistas sociais sempre estiveram mais voltados para o estudo do progresso e do desenvolvimento econômico, por isso pouca atenção foi dada para o fenômeno oposto, aparentemente estranho e surpreendente: dezenas de vilarejos amazônicos estão completamente arruinados, há muito tempo, sem vida social alguma, abandonados por seus últimos moradores há várias décadas, ou há mais de um século. São vilas mortas, no meio do mato, com seus cemitérios testemunhando - por meio de nomes e inscrições nos túmulos - os sonhos de aventura e de fortuna daqueles que, no passado, vieram terminar seus dias ali, antes ou depois do grande boom da borracha.
Este tema, embora fascinante (por sua dramaticidade), não é apenas exótico, pois estimula uma reflexão atual e importante entre aqueles que pensam o desenvolvimento sustentável: entendendo as causas do arruinamento de algumas comunidades ribeirinhas, temos mais chances de evitar que os mesmos problemas provoquem, no futuro, uma decadência semelhante em outros vilarejos, que ainda hoje estão com vida.
A velha cidade de Airão é hoje uma cidade morta às margens do rio Negro, 250 quilômetros a noroeste de Manaus. Foi a primeira povoação fundada às margens desse rio, sendo mais antiga do que Barcelos - a primeira capital do Amazonas - e do que Manaus. Já teve vida econômica ativa, graças à borracha, e, no período anterior, foi importante por razões geopolíticas, quando as fronteiras entre a América Portuguesa e as colônias espanholas ainda não tinham sido fixadas, no século XVIII.
O arruinamento do Velho Airão foi total e definitivo.

Ficha Técnica

Título
Os historiadores e os rios

Ano
1998 - 1a. edição
2016 - 2a. edição

Gênero

Ensaio

 

Editora

Coedição:
Editora Universidade de Brasília
Editora Paralelo 15

 

 

272 páginas

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